terça-feira, 29 de abril de 2008

Encontro com Deus

Encontro com Deus

Eu vi Deus chorando por mim
E dei meus ombros para ele descansar
Era a primeira vez que eu o ouvia
Sempre falei, sempre pedi
Sempre insisti
Para que ele realizasse os meus desejos
Para me conceder o perdão
Sempre fui cobrador a espera de um Deus doador
Não sabia que na sua onipotência
Na sua onisciência
Ele precisava de mim
Que vergonha da minha tão egoísta devoção
Como criança mimada e ainda rebelde
Sempre foi assim que eu me fiz
Em um momento de pureza
Perguntei a ele o que eu poderia fazer
Para não vê-lo tão frágil
Enxuguei suas lagrimas com os punhos de minha camisa
Nem duvidar eu podia
Sabia que era ele que estava na minha frente
Em seus olhos se lia e se via a luz da amplidão
Seu amor estampado
Seu rosto iluminado
Seu corpo tão etéreo
Não tinha hoje altar não,
Não estava no infinito
Estava muito perto de mim
E era real
Deus me valha, porque tanta dor
Tantas lagrimas em profusão?
Diga-me vamos la, o que eu um reles pecador
Posso fazer por ti?
Ele mesmo em soluços me falou
Você meu filho e amigo já fez
Ouviu-me pela primeira vez
Até quando o mundo vai depositar sua dor no meu altar
E poucos são os que na felicidade se aproximam de mim
Sim meu querido a humanidade tem em muito me ferido
Ofertam-me lagrimas em troca de riquezas
Fazem orações em troca de saúde, de paz
Agora eu já não podia falar e também senti sua dor
Meu Deus o que por hora posso fazer por ti é também chorar
Perdoa-me toda vez que te usei e ingrato fui
Agora o maior pecado que tive eu entendi
Minha idolatria pelas minhas ambições e desejos
Perdoa-me por eu fazer parte dos muitos
Ensina-me a te amar em verdade
Ainda hoje vou fazer uma nova oração
Não vim te pedir nada não, vim aqui para amenizar tua dor
E te dizer que te entendo e quero ser mais que teu filho
Tornar-me um bom ouvinte e um verdadeiro amigo
E Deus me falou então
Voltei a sorrir. Obrigado meu filho!
E eu...
Nunca mais orei do mesmo jeito.
Sabia que a gratidão era a maior de todas as orações
Sim agora eu sabia...

21/12/2007 20:17:20 Miguel Diniz

Nenhum comentário: